terça-feira, 30 de junho de 2009

Pixote - A lei do mais fraco


Quem vê o cartaz acha: "mais um filme estrangeiro". Negativo. O longa postado hoje aqui, é nacional. De 1981, quando a realidade começava a correr nas veias dos cineastas novos. Não, tal metragem não é do glorioso e aclamado, Glauber Rocha, mas sim do talentoso cineasta nascido na Argentina, e radicado brasileiro, Hector Babenco. Conhecido aqui no Brasil também por ter realizado "Carandiru". Começando de um modo nada convencional, mais parecido com um documentário, "Pixote - A lei do mais fraco", nos demonstra a vida do mesmo menino da foto, de nome homólogo ao longa, com exceção, é claro, da parte após o hífen. Mas não é um filme para aqueles que comentam: "me deu vontade de vomitar umas 40 vezes" ou "nojento", pois esses, devem possuir traumas de algum vômito decorrido de sua infância. A explosão do cinema novo no Brasil pode ter significado "uma faca cravada no abdômen" para muitos brasileiros. Sem querer dizer que tal longa aqui citado faça parte do movimento, mas que se assemelha bastante a uma de suas características: mostrar o subdesenvolvimento do país. Marília Pêra, monstruosa personificadora brasileira, no qual eu vi também em "O viajante", encarna na metragem citada agora. Conhecida também por "Central do Brasil", Marília faz uma mulher solitária e dada no filme de Babenco. Ela se encontra com Pixote e seus amigos no decorrer da história, assim, enquanto ela utiliza o seu corpo para chamar os homens, o menino e seus parceiros utilizam a arma para roubar-lhes o dinheiro. Tais amigos do protagonista, e ele próprio, são fugitivos de um lar pra abrigar moradores de rua, pelo que se percebe, mas talvez seja mais uma prisão para menores. Fernando Ramos da Silva, foi o excelente representador, ou melhor, vivenciador de Pixote, pois para mim há uma representação da própria vida de Fernando, que era menino de rua, e tornou-se ator após um teste pra esse longa. O menino foi a revelação do filme e continuou a trabalhar como encarnador em mais dois filmes, como o aclamado "Eles não usam Black-Tie" e "Gabriela, Cravo e Canela". Fernando morreu aos 19 anos, assassinado por policiais, pois foi o suspeito de um assalto, quando voltou à sua vida antiga, logo após não ter tido o mesmo sucesso que como Pixote, ao tentar trabalhar na televisão, pois segundo o que dizem, ele era semi-analfabeto e não conseguia decorar os textos, assim foi despedido. A pergunta que não quer calar é: "Quem afinal, morreu? Pixote ou Fernando?". Fernando virou assaltante após sua decepção na televisão? É o que dizem. Mas até que ponto pode ser comparada a realidade com a ficção? A interpretação com a personalidade? Um dia me disseram, que para ser um ator de verdade, o ator tem que viver o personagem, e se fores um Pixote? Roubarás fora do filme também? Exitem duas vidas para aqueles que atuam: a da cena, e a do mundo real.

Um comentário:

  1. To estupefato!Que fezes inacreditaveis!
    Se existisse um oscar para fezes tu receberia
    em todas as categorias!
    Viva Babenco!Viva o cinema nacional!

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