sexta-feira, 31 de julho de 2009

Lua de Fel


Roman com outro filme. Sim, o mesmo diretor de "O pianista", já postado aqui. Dessa vez o assunto não é vivido na Segunda Guerra Mundial. Mas sim em um barco em pleno mar. Com o grandioso Hugh Grant, também já conhecido por aqui, com "Scoop" de Allen. É claro, nesse filme, como podem ver na imagem, Grant aparece bem mais moço, pois de fato ele era quando o longa foi gravado. Assim como Woody em 1960, e até mesmo Polanski, o grande relizador de tal metragem. Well (como diria a talentosa apresentadora do magnífico programa Super Pop, Luciana Gimenez, mãe de um filho do não menos magnífico cantor da conhecida banda de rock Rolling Stones, Mick Jagger), "Lua de Fel", trata de uma forma mais intimista (como acha que se encontra a estonteante atriz nacional Deborah Secco no momento atual de sua carreira), as relações humanas. Sim, tratando do sexo, algo que não é muito comum de ver tão aberto em filmagens de Roman, como uma maneira de prazer diferenciado, pelo menos por parte do homem velho que encontra Grant no barco. Tal senhor conta a sua vida ao lado da musa Emmanuelle Seigner, que não é a musa "pornô" (como muitos classificam os longas homônimos ao primeiro nome de tal encarnadora, até mesmo o diretor brasileiro Glauber Rocha). Pra mim, a pornografia aparece quando o orgão genital masculino instala-se no feminino e isso é mostrado pela câmera, ou seja, a cópula filmada.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O corintiano / O grande xerife / O Jeca Macumbeiro e Jecão, um fofoqueiro no céu



É isso. Com 4 filmes em uma só postada, finalizo agora a sequência de longas encarnados pelo grandioso Amácio Mazzaropi. O primeiro, bem futebolístico em que Mazza é um torcedor fanático do Corinthians, lida com a sua vida, sempre levando o time na cabeça. Ele é um cabelereiro, e só corta o cabelo de corinthianos. Sempre quis que o seu filho fosse um centrovante do seu clube do coração, porém ele será um médico. A sua filha faz ballet, e ele não gosta nenhum pouco de tal dança. Assim, com o seu fanatismo exagerado, ele consegue grandes destruições na família. Teriam elas algum reparo? O segundo, trata da vida dos moradores de uma região seca, com uma forte semelhança aos filmes "western" (filmes de faroeste), demonstrando o vilão João Bigode como alguém que ninguém pode esperar. O terceiro, fala sobre o problema de dinheiro em demasia na vida de Jeca, personagem esteriotipado por Mazzaropi. E o quarto, novamente com Jeca, mostra a morte, como um assunto cômico, e não dramático. Viva Mazzaropi, de nada adianta um diretor, se não houver um bom ator.







quarta-feira, 29 de julho de 2009

Zé do Periquito e O vendedor de Linguiça



Dois de uma vez só. Sim, o blog revolucionando mais uma vez. Só não mais do que o "Holofote", pois esse é um líder de revoluções. Bem, o museu do Mazzaropi é muito útil se quiseres, ó humilde discípulo, saber mais sobre a ficha técnica dos filmes. Hoje, não utilizarei tal ficha, portanto, acomodem-se nas suas poltronas, peguem a sua pipoca de microondas (pois o mundo de hoje é assim), passem aquela manteiga que Brando pediu, e leiam, as contundentes palavras sobre os dois filmes:
Obrigado pela compreensão, e até a próxima. Ah, e pra aqueles que devem se perguntar "Onde estão as palavras?". Elas se encontram em cada um de nós, usem o preconceito, e depois vejam a reação final, quando assistirem os dois filmes. Todos somos preconceituosos...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Chofer de Praça

Oha só. Ele em outro filme. Continuando com a sequência "Filmes encarnados por Amácio". Hoje, deixo descrição por parte do site www.museumazzaropi.com.br.


Produções Amácio Mazzaropi - PAM Filmes (Taubaté, SP)



direção

Milton Amaral



argumento

Amácio Mazzaropi
roteiro técnico

Carlos Alberto S. Barros
diálogos

Amácio Mazzaropi, José Soares



diretor de fotografia

Rodolfo Icsey
1º assistente de câmera

Marcial Alfonso Fraga
foco

Eduardo Tanon



diretor de produção

Felix Aidar



engenheiro de som

Ernest Hack, Constantino Warnowsky, Boris Silitschanu



montagem

Lucio Braun, Gilberto Costa



cenografia

Geraldo Ambrosio



maquilagem

Maury Viveiros



direção musical

Hector Lagna Fietta
canções

"Se alguém telefonar", de Alcir Pires Vermelho e Jair Amorim, canta - Lana Bittencourt - Columbia; "Onde estará meu amor", de Rina Posce, canta – Agnaldo Rayol; "Izabel não chores", de Bolinha, canta - Mazzaropi - Chantecler



continuidade

J. Carlos Ferrarezi



estúdio filmagem

Estúdios da Vera Cruz
laboratório imagem

Rex Filme
metragem

2.635,6 m, filmado em 35 mm, em 24 q
local de produção

São Paulo, SP
ano de produção

1958

Vejam só, até o excelente músico Agnaldo Rayol participa do filme, é uma obra mesmo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Chico Fumaça


Amácio pela segunda vez aqui. Continuando a sequência de filmes em que tal mestre do humor cinematográfico brasileiro encarna com o seu modo único. Alguns poderiam dizer: "Mas Marlon Brando sabia improvisar". E quem disse que Amácio não sabia? Outros dirão " Al Pacino tem uma pinta de ator". E Mazzaropi não tinha? Alguns falarão sobre o humor seco de Allen, e esquecerão de que por trás dele existe a comédia brasileira, com o seu toque caipira, que só Amácio sabia dar. Enquanto Brando pedia manteiga, Amácio não pedia nada. Enquanto Al Pacino pedia o seu pó, Mazzaropi não pedia nada. E enquanto Allen pedia tetas gigantes, Mazza só pedia menos dinheiro. Sim, um típico pobre que não sabe o que fazer com o mesmo quando lhe ganha demasiadamente. Glauber Rocha já dizia : "O Brasil não é ópera, é umbanda!". Sabendo que a trilha de "Deus e o diabo na terra do sol" tem as mãos de Villa-Lobos. O que na verdade demonstra a nacionalidade de algum lugar, é a filmagem naquele lugar e um roteiro com gírias da região. Mas quem disse que isso é fundamental? Afinal, vivemos em uma globalização fulminante, e constamente comemos produtos norte-americanos,europeus,asiáticos, e excretamos os mesmos no nosso solo, o que depois é a válvula de escape de outros alimentos encontrados na terra. Vestimos o exterior, usamos o mesmo, assistimos o exterior, ouvimos o mesmo, e isso não quer dizer que teremos que virar um novo Policarpo Quaresma, e sair por aí falando Tupi Guarany, louvando a pátria acima de tudo e todos, pois nada é absolutamente nacional nos dias de hoje. Mazzaropi mostrava a nacionalidade, e isso deve ser louvado.

domingo, 26 de julho de 2009

Sai da frente

Começo aqui e agora, uma sequência de postagens cinematográficas em que Amácio Mazzaropi, vulgo Mazzaropi, é o centro das atenções, pela sua interpretação única e circense, eternizando o seu sobrenome, de descendência italiana, no cinema brasileiro. Principiando com o primeiro filme em que trabalhou, no início da década de 50. Com o seu falar caipira em todos os filmes em que encarnou, Amácio se tornou uma figura atípica nos mesmos, virando o foco neles. O seu modo de andar "renguiando", parecendo mais um velho com um problema sério na coluna, também é algo sempre lembrado. Para alguns pode ser um "Chaplin Brasileiro", pra mim é apenas "Mazzaropi". Enquanto Charlie tinha a sua bengala, Mazza tinha a sua "arma torta". Sim, uma arma de fogo entortada, que nunca acertava em quem ele pretendia. A barba de Charles era mais grossa, mais parecendo com a de Hitler, enquanto que a do Amácio era bem mais fina, como na figura do longa. Falando constantemente "Vai plantar batata", ele representava em muitos filmes, a relação do homem com o campo, mesmo morando na cidade em alguns filmes. Bom, deixarei minhas outras palavras sobre esse monstro do cinema nacional pros próximos posts, sabendo que nem com 1000 deles, poderia ser expressa toda a sua importância.

sábado, 25 de julho de 2009

Volver


Há uns três ou dois anos atrás, não lembro bem ao certo, eu me encontrava no cinema e quando vi essa foto que agora aparece aqui, paralisei na frente do cartaz. Sim, meu corpo parou, e os meus movimentos também, eu me encontrava em repouso em relação à tal figura. E ela, em movimento em relação à mim. Apenas o meu coração se movimentava, e por incrível que pareça o meu sangue parou também. Batidas ritmadas como um relógio de parede quando funciona. Um tic tac rápido. Batia pela minha vista, a minha sublime vista. Sim, tal encarnadora me fez ver aquele misterioso filme do cartaz. Ela foi a responsável por me fazer comprar aquele ingresso e entrar naquela sala, pra ver aquele longa espanhol de Pedro Almodóvar. Sim, quantos entraram naquela mesma sala pra ver o mesmo filme por causa de tal realizador? Eu entrei por Penélope. Entrei naquela sala, pois não poderia mais entrar em casa antes de ver tal filme. Não poderia mais viver se não visse a sua beleza sendo dinamizada. Beleza que não é normal de se ver por aí na rua. Uma beleza diferenciada. Algo que poderia parar um tsunami, um furacão ou uma erupção vulcânica. Beleza rara. Como eu queria Volver para poder apreciar novamente tal encarnadora dos meus sonhos mais longíquos. En mi sueños más perfectos. Mi sueños más eróticos e contentos. Quisiera yo, Volver a lo cinema, y mirar nuevamente la fotografia de la película por la Cruz. Con sus cabellos e ojos negros, su cuerpo esbelto, su maravillosa totalidad...


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Carne Trêmula



Mais um de Pedro. Sim, o espanhol. Ele a sua musa Penélope Cruz, mas não pensem que ela é protagonista de tal longa. Ela apenas faz a mãe do protagonista e aparece atuando somente no princípio do longa. O que é uma perda de beleza durante o resto do filme. Porém a perda não é total, pois é mantida com a presença de Francesca Neri. Tal moça tem parte do seu corpo nessa foto. A outra parte não lhes direi, pois gosto de manter segredos cinematográficos. Javier Bardem também faz parte do elenco, com a sua cara típica de quem vai matar o próximo que aparecer. E não vou falar de sua vida pessoal, nem da de Penélope, porque se vocês lêem a crítica especializada do "Holofote", já sabem. Bueno, como lhes disse no outro post, o sexo é tratado sempre em filmes de Pedro, mesmo que seja indiretamente. Até porque diretamente, ele só seria tratado em "Jenna Loves Briana" e outros filme do mesmo gênero. Aqui, o sexo representa erotismo, não aprendizagem. Pra aprender, peguem "Brasileirinhas", ou não. Ainda prefiro ver a Penélope Cruz de roupa... me parece até mais vulgar...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Matador



Novamente com Pedro Almodóvar e Carmen Maura, a dupla que chama tanto a atenção quanto Woody Allen e Diane Keaton, a diferença é que Pedro e Carmen não foram namorados, até porque ele é gay assumido. Bueno, sem mais adentros na vida pessoal dos diretores, até porque tal blog não é a talentosa revista "Ti-Ti-Ti", o diferenciado "Tv Fama", ou o estupendo "Holofote" do clicrbs, em que fala-se até do cachorro que defecou na esquina, com talentoso senso crítico, porém não maior do que Marcelo Janot e sua crítica apurada sobre os mais variados filmes. Por falar no Marcelo, há tempos não vejo tal pessoa na tela, talvez ele ande com a tal da gripe suína, ou eu que não tenho ligado muito a TV mesmo. Almodóvar, nesse filme, me surpreendeu mais uma vez (o que não é raro de acontecer quando o cinema me encontra), tratando da morte com um certo erotismo. Sim, morte erótica. Pois que graça teria tratar da morte de um modo ruim? Se o que vemos na vida é isso, ou melhor, o que muitos vêem. Pedro, assim como Allen tem uma marca registrada em cada filme seu, um elo em cada longa feito, que aqui aparece mais uma vez: a sexualidade. Assumpta Serna, a atriz encarnada na advogada que no filme tem gosto pela morte, representa a beleza espanhola que tanto aparece nas suas metragens. Ela ofusca o brilho de todos que aparecem na história, até mesmo de outra beldade chamada de Eva Cobo, que representa a mulher ou amante de um toureiro. Sim, há um toureiro no filme, pra não ser esquecida a cultura espanhola. Tal toureiro também tem um apreço por morte, e busca lidar com ela através do prazer sexual. Vejam como a vida em filmes é bastante irônica, até mesmo quando trata de um assunto tão perverso para alguns, pois os dois apaixonados pela "desvida" humana, acabam se encontrando em vida.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Festa de Família


A Dinamarca deve ter ficado em festa após ser presenteada com um filme de um cineasta que criou o Dogma 95, juntamente com Lars Von Trier (o mesmo monstro que realizou Dogville e Manderlay). Thomas Vinterberg é o nome dele. Um filme lançado em 1998, mas que nunca vai ser passado. Com uma história sem muita complexidade, tão simples,porém tão bonita como as manhãs de inverno no campo. É o aniversário de um pai, o seu sexagésimo, e a reunião da família toda na sua mansão, para comemorar a data especial. Tudo parece perfeito, desde o encontro dos 3 irmãos, até o deles com os seus pais, todavia estamos lidando com um filme que não é convencional na sua técnica, seria ele convencional no seu enredo? Alguns podem questionar: "Como pode um filme sem trilha sonora editada?", "Então quer dizer que a trilha sonora faz parte da cena, e é gravada juntamente com a encenação?". Isso é apenas uma parte da "novidade" desse movimento revolucionário que busca acabar com a técnica exercida até então pelos cineastas do mundo todo. "E o Cinema Novo? Possuía uma trilha editada? E o Novo Cinema? E a Nouvelle Vague? E o neo-realismo italiano?" O Dogma 95 possui aspectos diferenciados desses tantos movimentos cinematográficos que revolucionaram o mercado da Sétima Arte. Mas claro que a idéia é fazer cinema de um modo diferente, assim como os outros movimentos. Há cenas em que a câmera é colocada nos lugares mais inusitados, trasnformando a visão do espectador, como: na lataria de um carro ou até encima de uma mesa. Isso tudo pra uma simples festa de aniversário? Acreditem, não era uma simples festa de aniversário. Estão confusos? Olhem pra família de vocês, o que ela é hoje. O que são as famílias hoje senão um casal formado por sonhos ambiciosos de um futuro lucrativo? Existem exceções, é claro. Assim como ainda existe o mico-leão-dourado. Sim, ele ainda existe.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Deus e o diabo na terra do sol

Acabando com a sequência de filmes de Woody Allen, posto hoje um filme bem nacional, pra tirarmos o gosto de estrangeirismo da boca. Sim, é dele: Glauber Rocha, mais uma vez por aqui. Ele e o seu nacionalismo quase ufanista. Ele e o seu cinema novo. Ele e o seu experimentalismo poético. Assim como em "Terra em Transe", podemos colocar o seu pessimismo nesse filme. A desgraça no sertão é o assunto principal do longa com quase duas horas de duração. Dessa vez sem o ator Paulo Autran, mas sim com o destruidor Othon Bastos que aparece nessa imagem publicitária. Bastos representa Corisco, um homem que pretende vingar a morte de Lampião e Maria Bonita (pelo menos é o que ele diz). Ele se encontra com Manoel e Rosa, dois sertanejos sofridos, que tentam buscar uma vida menos desgraçada, logo após Manoel ter matado um coronel porque esse não queria lhe pagar pelo seu trabalho. Antônio das Mortes, matador de aluguel, entra no filme com o objetivo de acabar com o casal, e enquanto ele representa o Diabo, Corisco é o Deus, pois resolve enfrentar Antônio. Conseguiria Corisco vingar a morte de Virgulino e Maria Bonita? Deus sairia vitorioso em um filme de Glauber Rocha?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Hannah e suas irmãs


Allen de novo, o que já se tornou comum por aqui. Novamente com a protagonista do último filme postado nesse blog: Mia Farrow. Nesse, Mia é Hannah, ex-mulher de Mickey, personagem de Woody. Hannah agora é mulher de outro homem, e esse se encontra secretamente com uma de suas irmãs. Tal irmã de Hannah, chamada de Lee, porém, não quer mais se encontrar com ele em uma determinada circunstância do longa, e assim, começa a se envolver com outro homem. Há ainda, uma outra irmã de Hannah, chamada de Holly que tenta superar o vício que tem por cocaína, e sempre acaba pedindo dinheiro pra sua irmã, que empresta, já que a viciada diz que vai investir no seu futuro (ótimo futuro). Lembrando também que o antes velho e agora novo Allen é um hipocondríaco no filme, e em um momento da história acha que está com um tumor no cérebro. Estaria Mickey com um tumor? Hipocondríacos, "às vezes" exageram...

sábado, 18 de julho de 2009

A rosa púrpura do Cairo


Sim. Mais um filme dele. Nem preciso mais falar o nome, é só lerem os últimos posts que saberão. Dessa vez não com Louise Lasser, nem Diane Keaton, mas sim com uma de suas ex-namoradas também: Mia Farrow. Bueno, Marcelo Janot poderia lhes falar sobre a questão técnica do filme. Apesar de parecer antigo, pela imagem, tal filme é o mais novo desses últimos de Woody que tenho postado. Agora, pense em uma situação hipotética: Uma mulher vive uma vida triste, tanto no trabalho quando em casa, e de repente, um "homem das telas", que protagoniza um filme, sai do telão para lhe trazer alegria na vida real. Bom, para muitos isso só acontece em filmes, tanto que "A rosa púrpura do Cairo" trata dessa história. Janot talvez nos fizesse um relatório sobre o ponto de encontro entre o real e o virtual. Grande Janot, com a sua crítica bem preparada. A questão é que Mia, ex-namorada de Allen, é protagonista no filme que não é o filme passado no cinema, o filme passado no cinema é chamado de "A rosa púrpura do Cairo", que por incrível que pareça, tem o mesmo nome do filme que não é o filme passado no cinema, mas sim o que acabo de assistir, e agora lhes posto. Que bom que vocês compreenderam tudo o que acabo de dizer. Mais alguma pergunta? Ah sim, como o homem sai do telão... ora, perguntem pra ele quando estiverem assistindo o filme em casa. Aproveitem e perguntem se ele não poderia sair das suas TVs de plasma mais modernas. Eu já preferiria que Mia saísse aqui do meu monitor "Scopus" de nem sei quantas polegadas, com a sua idade no filme... ah... mundo real...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Manhattan

Bom, como devem imaginar, tal post é novamente sobre um filme de Woody. Eu até pensei em colocar outros filmes pra não ficar em sequência, porém, o meu pensamento não foi mais forte do que a minha conclusão. Novamente com a Diane Keaton, uma de suas musas e namoradas na vida real. Na época, Isaac Davis, personagem de Allen, tinha os seus 42 anos, é o que deveria ter tal realizador também. Temos um nome que deve ser falado por aqui: Mariel Hemingway. Notaram alguma importância no sobrenome de tal atriz, que na época tinha os seus 17 anos (ou melhor, a sua personagem)? Se a resposta foi Ernest Hemingway, está correta, Mariel é neta dele. Veja como é pequena tal vida. A neta de um grande escritor, trabalhando ao lado de um grande realizador, sendo sua namorada no filme. Sim, Woody com os seus 42 anos namora Mariel com os seus 17. Mais semelhante à sua fase de "Noivo Neurótico,Noiva Nervosa", Allen protagoniza um homem extremamente irônico em tudo, e bastante culto. A semelhança com tal filme não pára por aí, pois tal homem que Woody faz, se apaixona novamente pela personagem que Diane faz. Eu resolvi definir tal fase como: comédia-romântico-platônica. Pois como em "Annie Hall", Diane não lhe demonstra o amor que ele tanto quer dela. Assim como Drummond tem as suas fases na literatura, Allen tem as suas no cinema.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O dorminhoco


Adivinha quem se encontra novamente por aqui? Como descobristes, ó admirável discípulo? Sim,o antes novo e agora velho cineasta mais aparecido nesse relato de idéias cinematográficas que não é um blog de crítica , novamente aparecendo. Com Louise Lasser de novo? Não, com Diane Keaton novamente. Suas musas mudam com o passar dos anos. No começo era a Louise, depois veio a Diane, hoje em dia é a Scarllet. Mas como isso não é a magnífica revista "Ti-Ti-Ti", iremos adiante com tal filme, e não com as suas musas. Na época, no longa, o homem que se chama Miles, interpretado pelo próprio diretor, tem os seus 35 anos, o que deve ser a mesma idade de tal realizador. Após 200 anos congelado, tal homem que tocava clarinete, é acordado em 2173, graças à tecnologia da época. Assim, encontra um grupo chamado de "Resistência", que pretende acabar com a vida controlada por um órgão poderoso. Tal órgão pretende criar um clone de um antigo líder, morto no passado, com o nariz do mesmo, única parte do corpo dele que sobrara. Diferentemente, de suas histórias modernas simples, Allen nos mostra no passado, uma visão mais complexa quando se trata da criação delas. Onde o que faz bem pra saúde é o que hoje e na época que o filme foi feito, fazem e faziam mal, como o tabaco do cigarro.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo (Mas tinha medo de perguntar)

Sexual. Somente uma palavra pra conceituar tal filme de Woody, novamente por aqui. Com Louise Lasser de novo. E um nome novo: David Reuben. Tal cineasta que antes era jovem, com a sua facilidade pra gerar espermas (hoje com 73 anos, só em um filme seu...), viaja pelas páginas de um livro sobre sexo. E isso, meus discípulos, não é a história do longa. É como o making of de "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo..."(não irei continuar com o nome). Allen é o cineasta de quem vos falo, e David Reuben, o escritor do livro. Assim como ao respondermos quando nos perguntam da onde saiu uma criança hoje, falamos: "Da cópula entre seus pais", essa foi uma mera resposta pra pergunta: "Da onde poderia ter surgido tal loucura de Allen?". Li o livro? Não, mas pretendo, não que eu seja um tarado intelectual, é apenas pra me certificar de que uma idéia tão brilhante tenha surgido de um livro não menos poderoso. Bom, dividivo em várias partes, o filme do antes novo Woody Allen nos mostra as situações mais debochantes (ou seria "de brochantes"?), de várias pessoas, quando o assunto é sexo ou sexualidade, pois em um momento do filme, nos deparamos com um senhor que gosta de se vestir com uma mulher. Não, não é "Glen ou Glenda". Há também uma parte com um retrocesso no tempo, que no filme é a primeira, em que Allen é um bobo de um rei, porém, tal bobo consegue uma poção afrodisíaca, dá pra mulher dele, e assim os dois podem usufruir dos seus desejos mais íntimos Ou não podem? Também existe em uma parte a Daisy. Sim, a talentosa Daisy, uma ovelha que faz um senhor ter tara por ela. Ele freqüenta (aqui ainda existe trema), um médico para resolver o seu problema, só que o doutor, ao ver magnífica beldade que é o bicho da lã , se sente também enfeitiçado. Estou estragando surpresas? Não, nada melhor do que deixá-las em cada parte. Uma pergunta agora: "Já viram tal cineasta antes novo, agora idoso falar italiano?", pois em "Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo..."(já sabem o resto do nome), ele "parla". Encarnado em "Fabrizio", Allen convive com as excentricidades de sua mulher, vivida pela sua ex-esposa na vida real, já citada aqui anteriormente, Louise Lasser que também parla italiano. O nome da mesma em "Tudo o que você sempre..." é Gina. Sim, um nome bem excitante. Mas Allen não pára por aí, ele ainda faz um biólogo, se não me engano, que visitará um "cientista sexual", porém o que ele não sabe é que tal homem tem os experimentos mais egocêntricos quando se trata do sexo, como a grande vilã de tal capítulo: Uma teta gigante. Acham que é só? Não. Ainda há uma parte em preto e branco, que mostra um programa de TV, no qual alguns feticheiros (isso mesmo, não é feiticeiros não) vão para tentar ganhar dinheiro. Por fim, Allen, o astro que em tal longa interpreta mais de uma pessoa, não faz um ser humano, mas sim um esperma pronto pra ser jogado pra fora do membro reprodutor de um homem no meio da cópula. Excitante.

domingo, 12 de julho de 2009

Bananas


O velho Woody de novo aqui. Com um de seus filmes antigos. Dessa vez não com Diane Keaton, mas sim com Louise Lasser. De novo estrelando um longa, assim como em "Noivo Neurótico,Noiva Nervosa", já postado aqui. Porém, tu te enganas se achares que o filme tem o mesmo enredo de "Annie Hall". Em "Bananas", a história não se relaciona somente ao casal protagonista. Há um país chamado San Marcos em que rebeldes lutam pra tomar o poder, e Allen se une a eles pra provar à Nancy, personagem de Lasser no filme, que sabe ser líder, já que a mesma lhe disse em uma de suas brigas que ele não sabia ter liderança. A personagem de Louise se apaixona pelo grandioso rebelde sem saber que o mesmo é o seu antigo namorado Fleming, vivido pelo próprio Woody. O interessante é que ele só faz isso por gostar dela. Só vai à guerra, como um rebelde, até mesmo sem saber das ideologias políticas deles(se é que eles têm alguma), por Nancy. Assalta armazéns, aplica injeções em inimigos, tudo para mostrar a ela, que a sua liderança existe, ainda mais quando se trata de rebeldia. Conseguirá tal comandante das tropas rebeldes de San Marcos reconquistar a mulher que lhe faz lutar? Morrerá em combate? Só lembre-se de uma coisa, em tal época, Allen ainda não nos demonstrara suas tragicomédias, nos deixando apenas com risadas em seu humor estrelado por ele mesmo. Sim, até mesmo porque depois de velho, Woody deve ter visto que não poderia mais continuar fazendo palhaçada na frente das câmeras com artrite e presbiopia. Ou não?

sábado, 11 de julho de 2009

O brilho dos meus olhos


Um magnífico curta-metragem de Allan Ribeiro. Tratando da vida um operário que na folga, resolve cantar em um karaokê. Um filme praticamente mudo, só há voz quando tal homem canta. Assim, ele se imagina em um show, cantando a mesma música do jogo musical. Não me digam que o roteiro diz tudo em um filme. Nem me falem que o que chamam de "filmes mudos" não podem ser perfeitamente escritos. "O brilho dos meus olhos" é a prova de que Charles Chaplin ainda vive em alguns cineastas. A prova de que "Tempos Modernos" ainda existe na mente de alguns. A prova de que "O grande ditador" sobrevive com o passar dos anos. De que um argumento pode acabar com um roteiro, e uma imagem, pode não necessitar de um diálogo. Não chamo filmes assim de mudos, mas sim de filmes sem diálogo. O som permanece, e nesse, é indispensável.



quinta-feira, 9 de julho de 2009

Náufrago

Robert Zemeckis em dobro. Sim, o mesmo que fez o filme do último post, de novo por aqui. Tom Hanks. Sim, o mesmo que fez o filme do último post, de novo por aqui. Não seria coincidência eu postar os dois filmes seguidamente? Talvez. O fato é que agora Tom é um homem diferente de Forrest. Ele não conta histórias para todos que esperam o ônibus na parada. Agora a história é ele, e o próprio filme conta. Hanks não está mais sentado em um banco, proseando com várias pessoas. Agora ele se encontra em um ilha, com o seu amigo Wilson. Sim, uma bola de vôlei nomeada por ele. Agora ele conversa com a bola e não mais com as pessoas que esperam o transporte coletivo. Wilson é como uma pessoa, em meio a uma ilha que não abriga nenhum humano, a não ser o próprio Tom. Assim, ele cria um afeto tão grande com tal bola, que quando parece perdê-la, lacrimeja. Lágrimas de quem tem um amor por um objeto sem vida para alguns, porém, para Hanks, a vida está em Wilson, assim ele esquece de suas condições precárias em um local longe de sua antiga casa. Sua mulher não tem esperanças de que ele tenha sobrevivido ao acidente(ou não) aéreo, que muda o seu rumo. Enquanto isso, em meio à saudade, Tom se depara com correspodências da empresa na qual trabalha, a FedEx, na beira da praia. E aí se esconde o mistério do filme. Há no fim do mesmo, uma dúvida pairando no ar, deixando aqueles que roem unhas, sem as mesmas.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Forrest Gump - O contador de histórias

Robert Zemeckis e Tom Hanks. Somente dois nomes e uma excelente história. O primeiro nome é de um realizador que fez a trilogia de "De volta para o futuro". O segundo, de um ator, conhecido por vários longas, como: "Náufrago", "Filadélfia", "Apollo 13", "O resgate do soldado Ryan", "À espera de um milagre", "O terminal", "O código da Vinci" e "Anjos e demônios". Forrest é um homem que conta várias histórias para todos que chegam em uma parada de ônibus. O longa se desenrola de acordo com suas histórias. Falando sempre em sua mãe, com seus provérbios, Gump hipnotiza cada pessoa que espera pelo transporte coletivo. Com o "minha mãe sempre dizia", ele começa as citações de sua progenitora. Forrest parece uma criança contando as suas histórias, verdadeiras ou não. Mas o que importa se são mentira? Seria um crime? Gump cometeria crimes ao inventar histórias ou estórias? Oscar Wilde disse uma vez: "A verdade jamais é pura, e raramente é simples.". Quem já não contou uma história alguma vez pro vizinho ou amigo e não colocou um pingo de blasfêmia? Por maldade? Às vezes, não sempre. Nada é tão verdadeiro que se possa tocar. Afinal, a palavra "verdade" é abstrata. Que Forrest seja um Bob Dylan contando histórias! Que seja um mentiroso nato! Assim ele prende a atenção daqueles que se preocupam com o tempo! Daqueles que querem que o mesmo corra, pois estão sem nada pra ouvir! Nem uma mentira! As mentiras agradam! Senão não haveria dinheiro para contador de causos! Todos mentimos, há sentimento mais humano?

terça-feira, 7 de julho de 2009

Vestida para matar

Brian de Palma, com o seu belo sobrenome para um prêmio em Cannes. Não, não é do álbum homônimo do Kiss que falarei. Mas sim desse suspense clássico de 1980. Dizem que é fortemente baseado pela obra de Hitchcock. Agora me digam: "O que não é fortemente baseado na obra de Alfred, quando se trata de suspense?". Deve haver algo. Com Michael Caine e Angie Dickinson. O primeiro nome desses dois últimos, refere-se a um encarnador que trabalhou em "Hannah e suas irmãs" de Woody Allen, "O sol de cada manhã", juntamente com Nicolas Cage, do realizador Gore Verbinski, "Filhos da esperança", do Alfonso Cuarón, e "Batman - O cavaleiro das trevas", com Christian Bale e Heath Ledger, de Christopher Nolan. O segundo nome trata-se de uma encarnadora talentosa que trabalhou em "Onze homens e um segredo",refilmagem de Steven Soderbergh (mesmo realizador de "Che - O argentino") de um filme homônimo de Lewis Milestone, lançado em 1960, que a mesma também atua, além de encarnar também em "Os assassinos", metragem baseada em um livro do grandioso Ernest Hemingway, realizado pelo diretor Donald Siegel. Bueno, chega de falar em nomes e mais nomes. Há quatro palavras que podem resumir tal filme: "Master of the Macabre", de acordo com a foto.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O pianista


Roman Polanski. Adrien Brody. Wladyslaw Szpilman. 3 nomes. O primeiro, aparecendo pela vez vanguardista por aqui, é de um realizador conhecido por: "Chinatown" e "O bebê de Rosemary". O segundo, do ator que encarna no pianista do terceiro nome. Tal encarnador é conhecido por trabalhar em "A vila", filme de suspense de M. Night Shyamalan, conhecido por "O sexto sentido" e "Sinais". O pianista, citado com o último nome entre os três primeiros, é o homem que baseou o longa. O genial Polanski, nos mostra a vida desse polaco, antes,durante e após a Segunda Guerra Mundial, seguindo o tema das memórias de Wladyslaw no pós-guera. Há uma cena que pode resumir todo o filme, em que o pianista toca "Ballade No.1" do grandioso músico Chopin no meio da guerra, quando um soldado lhe encontra em meio aos escombros de uma cidade quase finalizada, ele só pede pra tocar, apenas uma canção. A mesma, emociona o soldado. Sim. Um soldado, pronto pra guerrear, e não pensar em outra coisa, quando se encontra em um campo de batalha em plena segunda guerra mundial. Um soldado de Francis Ford Coppola, que muitas vezes enlouquece no meio da guerrilha, com tanta falta de razão que há por ali. Um soldado que quando batalha, pode ser expresso como mais um de tantos outros que buscam o sangue, a destruição, e a morte do outro. Um soldado que tem como lema: Matar o inimigo, não importa a razão, ou: Lutar pela minha nação, não importa o porquê de tal luta. O mesmo soldado que dispara bombas de canhão sem pensar nos grãos-vizires de Zé Ramalho. Aquele soldado de Renato Russo que não queria lutar e pede esmola, que se defende tanto, sem saber quem é o inimigo, com sua menina longe dali. Os soldados perdoados por Bob Dylan e que têm agora Deus ao seu lado.


domingo, 5 de julho de 2009

Diários de Motocicleta



Walter Salles. Gael Garcia Bernal. Ernesto Guevara. Três nomes em um grandioso "Road movie(Filme de estrada)", assim como Thelma e Louise,já citado aqui, e Central do Brasil, do mesmo realizador desse postado agora, para aqueles que gostam de nomear tipos de filmes. O primeiro nome, que muitos brasileiros já conhecem, é de um diretor brasileiro, conhecido pelo filme recém mencionado nesse texto, em que Fernanda Motenegro se destaca, além de: "Abril despedaçado", longa em que Rodrigo Santoro atua, e "Terra Estrangeira". O segundo, de um encarnador também conhecido, que trabalhou em: "Amores Brutos","Babel",esse sequência final daquele, filmes já colocados no blog, "Má Educação" do espanhol Pedro Almodóvar e "Ensaio sobre a Cegueira", do diretor brasileiro, também bastante conhecido, Fernando Meirelles. O último nome, é em quem se baseia o filme, e de quem trata o mesmo, conhecido por muitos como "Che Guevara". Tal homem, vivido por Bernal nesse longa, é considerado um dos maiores revolucionários comunistas, tendo sido combatente e comandante na Revolução Cubana. Salles, nessa metragem, propõe o mundo anterior aos combates de Che, quando ele resolveu pegar uma motocicleta e atravessar a América do Sul, do seu país, Argentina, com o seu amigo Alberto Granado. Não me digam que é um filme comunista, ou estarão falando besteira. Trata da vida aventureira de Che, de sua vida médico-familiar, mas não de sua vida comunista. Tal modelo econômico encontra sua vida mais adiante, e esse momento pode ser percebido, quando se lê sua biografia, ou parte dela. Não é preciso gostar de Che para ver o filme, ou apreciar o modelo baseado nos ideias Marxistas, é necessário apenas, ser um pouco aventureiro.




sábado, 4 de julho de 2009

100º post: O Rei Leão

Tive que voltar às minhas origens pra pensar em que filme postar nesse post 100. Ainda lembro do cinema de Jaguarão, chamado de Cine Regente, quando o mesmo ainda funcionava como reprodutor de audiovisuais. De acordo com a minha memória, tal longa de animação foi o primeiro que vi em uma projeção daquela magnitude, mesmo não recordando de quase nada no momento da exibição. Felizmente, assisti essa obra mais vezes ao longo da vida, e assim, pude formar melhor a minha memória visual encima dela. Além da memória auditiva, é claro, lembrando de "Circle of life (Ciclo da vida)", "I Just Can't Wait to be King (O que eu quero mais é ser rei)", "Hakuna Matata" e "Can You Feel the Love Tonight", esta, do talentoso Elton John. Com direção de Roger Allers e Rob Minkoff, produção da Walt Disney Pictures, tal longa foi lançado em 1994 e até hoje é lembrado por muitos, assim como Simba, que ninguém esquece. Timão e Pumba também não serão esquecidos. Talvez tenha sido aí a minha descoberta desse mundo, que alguns chamam de Sétima Arte e outros apenas de Cinema. O que a maioria das crianças assiste, quando o assunto é filme. O que alguns adultos também fazem. Há uma frase em que li antes do começo de "O sol é para todos" da Harper Lee, e acho que deve fazer parte desse amontoado de idéias nostálgicas e, sobretudo, novas: " Os advogados, suponho, um dia já foram crianças." (Charles Lamb)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Onde os fracos não têm vez


Joel Coen e Ethan Coen, ou Irmãos Coen. Onde os fracos não têm vez, ou No country for old men. Toomy Lee Jones, ou Ed Tom Bell. Javier Bardem, ou Anton Chigurh. Os primeiros dois nomes, ou como eles são conhecidos no mundo cinemagráfico, se refere a dois realizadores irmãos, conhecidos por vários outros filmes, além desse, como: "Queime depois de ler", "Matadores de velhinhas" e "E aí, meu irmão, cadê você?". Lee Jones, é um encarnador conhecido por diversos filmes, nesse ele representa a pessoa de Ed. Conhecido por "Assassinos por natureza", "Homens de Preto" e "Cowboys do espaço". Bardem, conhecido por "Vicky Cristina Barcelona", aqui representa um assassino. Seu nome? Anton. Javier também fez "Carne trêmula", quando era mais moço, além de "Mar Adentro", do grandioso Alejandro Amenábar, mesmo realizador de "Abra los Ojos", filme já comentado aqui no post de "Vanilla Sky", esse, baseado naquele. Diferentemente de "Matador de Velhinhas", longa em que os Coen utilizam de um sarcasmo absurdo, o filme postado agora é de um suspense e uma seriadade atípica. Sem muito roteiro, me lembrando mais alguns filmes orientais, Joel e Ethan me passaram uma frieza proposital escandalosa, que deixa o filme com uma linguagem muito mais óptica, do que verbal.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Terra em Transe

"Não anuncio cantos de paz
Nem me interessam as flores do estilo
Como por dia mil notícias amargas
Que definem o meu estilo."

"Não me causam os crepúsculos
A mesma dor da adolescência
Devolvo tranquilo às paisagens
Os vômitos da experiência."

"Os ricos nunca pensam
Que um dia podem acordar pobres."

"Qual o sentido da coerência?
Dizem que é prudente
Observar a História sem sofrer
Até que um dia, pela consciência,
A massa tome o poder."

"Dentro da massa existe o homem
E o homem é difícil de se dominar,
Mais difícil do que a massa."

"Em cada noite há uma aurora
As manhãs não tardam."

"Não é mais possível esta festa de medalhas,
Este feliz aparato de glórias,
Esta esperança dourada nos planaltos,
Não é mais possível esta festa de bandeiras,
Com guerra e Cristo na mesma posição!
Assim não é possível a ingenuidade da fé,
A impotência da fé."

"Não assumimos o nosso passado,
Tolo, raquítico passado,
De preguiças e de preces.
Uma paisagem, um som sobre as almas indolentes,
Essa indolentes raças da servidão a Deus e aos senhores,
Uma passiva fraqueza típica dos indolentes
Ah, não é possível acreditar que tudo isso seja verdade!
Até quando suportaremos?
Até quando, além da fé e da esperança, suportaremos?
Até quando, além da paciência, do amor, suportaremos?
Até quando, além da inconsciência do medo,
Além da nossa infância e da nossa adolescência, suportaremos?

"Ando pelas ruas e vejo o povo magro
Apático, Abatido.
Esse povo não pode acreditar em nenhum partido,
Esse povo alquebrado, cujo sangue sem vigor,
Esse povo precisa da morte, do que se possa supor
O sangue que estimula o meu irmão à dor
O sentimento do nada que gera o amor
A morte como fé, não como temor."

"Não se muda a história com lágrimas."

" A minha loucura é a minha consciência,
E a minha consciência está aqui no momento da verdade
Na hora da decisão, na luta,
Mesmo na certeza da morte!"

" Estou morrendo agora nesta hora,
Estou morrendo neste tempo,
Estão correndo o meu sangue e minhas lágrimas.
Ah Sara, todos vão dizer que sempre fui um louco,
Um romântico, um anarquista..."

"Eu morrerei sem trair
Proclamando a grandeza do homem,
Da natureza, de Deus!"

"Na ponta da minha espada
Trago os restos a paixão
Que herdei daquelas guerras,
Umas de mais, outras de menos,
Testemunhas enclausuradas
Do sangue que nos sustenta."

"A praça é do povo, como o céu é do condor."

" A política e a poesia são demais pra um só homem."






Eldorado, país fictício do realizador de tal longa-metragem. Alecrim, cidade fictícia do mesmo diretor. Quem seria tal criador desse universo poético-dramático? Um bahiano arretado, com o nome não fictício de Glauber Rocha. "Mas por que lidar com a poesia, em meio à miséria e caos?" Existe situação mais interessante? A poesia se encaixa na desgraça de uma forma sublime, contendo tijolos perfeitos para a sua construção. Um país de desordem é criado por Rocha, que nem podemos chamar de nação. "Até que ponto podemos relacionar Eldorado com o nosso querido Brasil?" Até tentar enxergar a perfeição. "Ela existe?" Certamente, porém, talvez nunca a encontraremos, se procurarmos pela mesma. "Alecrim poderia significar Brasília?" Talvez, quem sabe. A ficção é feita sempre com base na realidade. É impossível não relacionar. Um filme surgido nas fossas da ditadura militar, que, evidentemente, é reprimido por aqui, pois mostra uma "ficção real". "Uma ficção real?" Sim, só os cegos de alma não vêem que tal ficção é a mais pura realidade. O que muitos chamam de Cinema Novo, estava sendo erguido, graças à Glauber. Como um filme com Paulo Autran no elenco poderia não ser poético? Assim até o drama mais sórdico vira flores. Enquanto Kubrick fazia ficção-científica de uma forma fenomenal, Rocha fazia ficção-realística sem perder a magnitude. "E a irônia que se encontra nos filmes de Allen? Se encontra aqui também?" Obviamente, porém, sem deixar sinais claros. Demonstrando muito mais a raiva, a revolta, do que a ironia propriamente dita. Rocha parecia não achar graça da desgraça no seu cinema. Nascido em Vitória da Conquista, se tornou o cineasta brasileiro mais aclamado. Vindo a falecer, segundo alguns, de cirrose, aos 42 anos, no Rio de Janeiro. Segundo alguns. Para outros, Glauber é eterno. Paulo Autran nasceu na mesma cidade em que Rocha morreu. Trabalhou com cinema, teatro e televisão. A trinca de sucesso para um encarnador. Além de ter trabalhado na rádio. Para alguns, morreu em São Paulos, aos 85 anos. Para outros, é infinito.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Melinda e Melinda

Tragicomédia. Apenas uma palavra fusionada pra descrever mais um filme do mestre Allen. Novamente com Óperas e poetas, como Tchékhov. Porém, dessa vez sem a sua musa inspiradora: Scarlett Johansson. Woody talvez nem conhecesse tal encarnadora. Mas já conhecia Radha Mitchell, que no filme encarna em duas Melindas diferentes. Sim, existem duas Melindas no longa, por isso "Melinda e Melinda". Quem assiste desde o princípio, percebe que existem duas histórias contadas por amigos em um bar. Um inventa uma comédia. O outro, uma tragédia. Uma Melinda trágica e outra irônica. O interessante é que em um ponto, as duas histórias chegam a uma semelhança absurda. Demonstrando que a comédia se confunde com a tragédia, e até mesmo rimam. É um novo gênero para aqueles que gostam de classificar os filmes, esse citado como a primeira palavra do post, chegando novamente na palavra-chave de Allen: ironia. Uma palavra que encontrei em todos os filmes de Woody que assisti. Nesse, o meu riso se confundia com minha tristeza, e assim, me deixando com a cara, por vezes entortada. Na hora de rir, às vezes parava, e na de entristecer, às vezes ria. Há uma parte, em que Will Ferrell, encarnado em Hobie, apaixonado por Melinda, diz a ela "A vida é tão curta e imprevisível, e quando acaba, o que vira? Tchékhov disse - Uma bola de sabão".