quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não estou lá


Novamente uma biografia por aqui. Novamente um filme de Todd Haynes. Dessa vez, a vida de um dos maiores,senão o maior, astros da música folk. Isso mesmo, falo do talentoso e mentiroso Bob Dylan. Robert Allen Zimmerman, mentiroso até no seu nome, é tratado em tal filme. De uma forma mentirosa? Talvez. Como Oliver Stone fez, segundo Ray Manzarek, da vida de Jim Morrison? Por que não? Estamos falando de um filme, não de um folheto apenas escrito, unindo reportagens e entrevistas sobre tal músico. É por isso que filmes me agradam. Não precisam retratar o real. Robert era um mentiroso nato. Inventa nomes para si mesmo, identidades, como Fernando Pessoa na poesia e vida real. Sim, pois a poesia, assim como o cinema, transcende a vida real. É por isso que me faz ver pássaros encima de vulcões. Allen possuía e ainda possui várias faces. Dizem que um artista é multifacetado quando transcorre a arte de várias maneiras, Zimmerman era e ainda é um ser humano multi-facetado, pois faz da vida várias faces suas. É por isso que Todd, tranformou Bob ou Dylan, ou mesmo Bob Dylan em várias personificações no seu longa. Desde um negro, em sua infância, até uma mulher, em sua vida adulta. Sim, a mulher que lhe personifica, conhecida por muitos no cinema, se chama Cate. Sim, falo de Cate Blanchett, a mesma mulher que fez "Babel" de Alejandro, faz Bob por aqui. Até mesmo o grandioso Heath Ledger, monstruoso persofinifador já falecido, famoso por encarnar o Coringa em "Batman - O cavaleiro das trevas", encarna em Dylan e diz: "A política não existe". Até mesmo Richard Gere, famoso e destruidor encarnador, conhecido por trabalhar em diversos filmes humorístico-românticos ou não, como "Uma linda mulher". E por falar em Batman, até ele está por aqui, sim Christian Bale, famoso por interpretar ou encarnar no homem-morcego também em "Batman - O cavaleiro das trevas". Agora vocês me perguntam: "Porque colocar um negro?", "Porque uma raça negra em um homem branco?". Lhes respondo; "Bob, quando moço, era mais preto do que branco, não por fora, por dentro mesmo.". O folk é um estilo com raízes negras. Dylan era tão diversificado que até gospel já cantou. Posto aqui, ouvindo a magnífica Joan Baez, uma antiga namorada sua, de mesma idade, porém mais velha por alguns meses do que ele. Ela também cantava folk, só não criava, mas do que importa criar se o criador não sabe expressar nada? Bob sabia e ainda sabe expressar o que escreve. Gostava de escrever muitos protestos. Era contra guerras. Joan também era. Para muitos que acham que algumas pessoas nascem pra viver pra sempre com outras, aí que se enganam. Baez e Dylan viveram juntos durante um tempo. Mas não durou pra sempre. Talvez por gostarem das mesmas coisas. O fato é que vendo tal filme, lembrei-me de "Like a Rolling Stone", "Lay Lady Lay" , "All Along The Watchtower", "A Hard Rain's A-Gonna Fall", "Blowing In The Wind", "Desolation Row", "Hurricane", "It Ain't Me,Babe", "Mr. Tambourine Man", "With God On Our Side"...


Um comentário:

  1. Estou emocionado,que palavras lindas acabo de ler!
    Eu infelizmente ainda nao vi essa obra prima,
    mas o que acabo de ler ja me emocionou tanto quanto o filme me emocionaria.
    Isso foi escrito ao som de Joan Baez,e foi lido por mim ao som de Joan Baez,ou seja,foi escrito e lido nos ceus.
    Viva Bob Dylan!Viva Todd Haynes!Viva a biografia cinematografica,um dia terá a de Renan!

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