domingo, 31 de maio de 2009

A história real

David Lynch. Novamente aparecendo por aqui. Dessa vez com um filme que não segue o seu estilo anormal. E apenas ocorre porque ele se baseia na vida de Alvin Straight, por isso "The Straight Story". Alvin é um senhor de 73 anos que viaja vários quilômetros em um cortador de grama. Com um único destino. A casa de seu irmão Lyle. Este acaba de sofrer um derrame. Alvin tem artrite e por isso tem que andar de muletas. Ele precisa fazer essa viajem sozinho. Precisa fazer as pazes com o irmão, pois tiveram uma briga da última vez que se falaram. O velho do cortador de grama, em sua primeira tentativa, não consegue percorrer quase nada, pois o trator estraga. Não contente com isso, Alvin dá um tiro no mesmo e compra outro. Esse leva ele muito mais longe. Um cortador de grama bem mais potente. Pelo caminho, conhece uma moça grávida que pede carona, algumas famílias, e inclusive um senhor que participou da 2ª guerra mundial, assim como ele. Seu trator estraga quando desce de uma montanha. Uma família lhe ajuda. Por onde passa Alvin fica marcado. Afinal, um senhor andando em um cortador de grama, que busca fazer as pazes com seu irmão que teve um derrame, não é uma história tão comum. Estamos falando de David Lynch. Que mostrou sua normalidade nesse filme. E não errou na dose. Pelo contrário. Acertou em cheio.

sábado, 30 de maio de 2009

Na cama

Erótico. Na concepção de Gláuber Rocha poderia ser pornográfico. É claro que hoje em dia, filmes assim são mais facilmente exibidos em cinemas e festivais. Matías Bize, um diretor chileno. Voltamos ao sul da América. Ao cinema sul-americano novamente. Mas dessa vez, não é o cinema argentino, nem o brasileiro.
E Matías provou como o Chile pode ser forte no cinema. Um jovem diretor. Dois jovens personagens. Uma nova era no cinema. Um enredo que se passa somente em um quarto de um motel. A filmagem é feita somente ali. Naquele quarto com aquela cama. A cama que serve de base pras questões debatidas entre uma transa e outra. Sim, pois uma cama de motel é isso. Às vezes nem ouve muita coisa. Somente alguns gemidos. Na ocasião do longa, ela ouve bastante. Além de muitos gemidos e gritos, claro. O filme começa com a cópula entre as duas únicas pessoas do filme. Que a princíprio não sabemos o nome dos dois, assim como eles não sabem o do outro. Depois ficam sabendo. Não só dos nomes, mas muito do que cada um viveu e o que cada um pensa sobre algum assunto. O macho cria teorias. A fêmea? A prática. Assim o sexo vai e vem e as conversas também. Perguntas saem dos dois, como o esperma sai dele. Em um momento, ele a chama do nome de sua ex-namorada, que tem paranóia por emagrecer. Olha sempre as calorias dos alimentos. A coincidência é que sua parceira atual de cama também faz isso. Lhe explica que um sorvete de amêndoas tem 550 calorias. E que esse é o alimento mais calórico que existe. Ainda diz que o sexo feito 4 vezes gasta o mesmo que se ganha com o sorvete. Em um momento ele acha que a camisinha estourou no meio da transa, pois quando vai ao branheiro tira tal preservativo, vê um rasgo. Diz pra ela isso. Os dois se amedrontam. Acabam até brigando. Mas depois se reconciliam. Uma das teorias dele é sobre o cinema. Acha que a vida anda com os filmes. Conta a história de uma moça que conhecia. Ela só via filmes de ação. Porém um dia, eles foram no cinema e ela quis ver Godard. O motivo? Explicou logo em seguida: tinha voltado com o ex. Após isso eles começam a inventar enredos pra filmes na banheira do motel. Em um dado momento, ele descobre que ela vai casar com quem, ela disse anteriormente, era o seu ex. Ele não acredita em Deus. Pois seu irmão se perdeu, e lembra de tê-lo visto perdido. Ela acredita em Deus. Não em um velhinho com barba, mas em alguma luz com uma força maior. Ele pergunta como Deus pode existir se há guerras. Ela diz que talvez Deus seja só um menino, aprendendo com os erros. No meio da madrugada, os celulares dos dois tocam em diferentes horários. Pra ela, quem liga é uma amiga da festa em que encontra ele. Pra ele, a ex. Ela conta que uma amiga sua foi no motel uma vez e pergutaram se ela queria com vídeo ou sem vídeo. A moça disse que queria o vídeo. Quando entraram no quarto não havia televisão e nem vídeo. Quando saíram, perceberam que o vídeo era deles, pois ela recebeu o mesmo ao sair, como cortesia da casa. Entre gritos e devaneios, o longa se desenrola.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Michel Gondry. Um nome para entrar na história do cinema. Eu já tinha assistido esse filme há algum tempo atrás, e quando tive a oportunidade de fazer isso novamente, não desperdicei. É impossível descrevê-lo sem falar da história, fotografia,trilha sonora e mais um bilhão de divisões do longa. Também não poderia deixar de falar das encarnações. Jim Carrey, largando o esteriótipo de Ace Ventura, demonstra extrema competência ao encarnar o protagonista Joel Barish. Kate Winslet, largando o esteriótipo de Rose em Titanic, demonstra tamanho poder em encarnar. Diferentemente de Jack do Titanic, Joel Barish é fechado. Diz que sua vida não é interessante pra ser aberta. Clementine, ou Clem vivda ou encarnada pela ex-Rose ou Kate é o contrário de Joel. Ela é extremamente impulsiva. Mudando a cor do cabelo constantemente. Desde Ruína Azul até Agente Laranja, esse último nome invetado por ela. Ela acha que o seu nome é motivo de brincadeiras como a versão original de "Clementina de Jesus". Claro que não é a Clementina de Jesus. Até porque eles não colocaram o Tiririca na trilha sonora. Mesmo assim, Joel não conhece tal música. A original. No mais, não lhes direi a história pois acabaria com todo o clímax do filme. Só uma breve sinopse: isso não é um longa comum. Tá. Vou contar um pouco. Clem apaga Joel de sua memória graças a uma empresa que faz isso. Sabendo disso, Joel segue o mesmo caminho. E bom filme...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pintar ou fazer amor

Um filme bem inusitado. Pois trata de um assunto um tanto quanto diferente. Quem vê a foto pode achar que se trata de uma comédia romântica. Ao meu ver, o longa é difícil de ser classificado. Começamos pensando em um romance. Mudamos esse conceito no final do filme. É um tapa na cara daqueles que gostam de prever. O que todos ou quase todos fazem inconscientemente. E algumas vezes até conscientemente. Pintar ou fazer amor? Algumas cenas pintar. E outras fazer amor. Com uma cena em que a pintura prevalece. Outras em que se mistura o amor com ela. Amor e pintura. A pintura do amor. Mas o amor profano. O amor carnal. Nada tão sentimental. Casais que a princípio parecem normais. Mas quem são eles? De que modo eles vivem? Uma vida no campo com seus motivos. Apreciar a beleza natural? Ou se afastar do normal que é a monogamia hoje em dia?

Pintar ou fazer amor? Amar ou fazer pinturas? Ele não nos pergunta nada. O filme não nos questiona. Somente nos reproduz. Haveria mesmo um cego no filme? Ou alguém se faz passar por cego? Há uma cena em que ficamos cegos. Ou melhor, quase todas. Antes de entedermos o que de fato o filme pode expressar. Porém, há uma cena totalmente escura. Sem luz alguma. É o preto preenchendo toda a tela. Só há as conversas entre 3 personagens. Eles estão andando. Andando pra casa. No escuro. Mas como eles conseguem? Andam no escuro. Há um cego no meio. Que lhes mostra o caminho. O caminho de casa. O caminho do lar. Um cego? Um cego servindo de visão pra duas pessoas que enxergam. Sim. Enquanto nós não enxergamos a cena. Apenas imaginamos o que ocorre na mesma, pois ouvimos as falas. Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu pintaram ou fizeram amor desse filme? Dirigiram tal longa.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Às cinco da tarde


Samira Makhmalbaf fez uma relíquia cinematográfica. A mulher da foto quer se tornar presidente após a queda do talibã. Porém ela percebe que isso não é nada fácil. Tal sonho é muito difícil do que imagina. Onde se viu uma mulher se tornar presidente desse país? Esse é questionamento que muitos fazem. Sua vida sofrida lhe dá mais força pra viver. Toda vez que vai buscar água ela toma cuidado pra não encontrar uma mina e acabar com o seu sonho. Sim, uma mina. Uma bomba. Afinal, estamos falando do Afeganistão. Em uma cena, ela vai tirar fotos pra campanha política, com o seu amigo Poeta. Sim, o nome dele é Poeta. E adivinha o que ele é? Essa foi fácil. O fotógrafo não acredita no que ela quer ser. Ainda pede pra mulher colocar a burca na hora da foto. Já que assim seria mais realista.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A excêntrica família de Antonia



O nome do filme pode nos deixar uma idéia do que pode ele ser. Marleen Gorris é a diretora. Vários personagens. Uma criança superdotada. Uma mãe lésbica que se apaixona pela professora de sua filha. Um professor depressivo. Uma mulher que canta pra lua. E tudo isso relacionado à Antonia, que acorda no início do filme, percebe que é o último dia de sua vida e resolve relembrar o passado. A vida é retratada com excentricidade no longa. Por isso "A excêntrica família de Antonia". O que é uma nomeação brasileira. Já que o nome original do filme é apenas Antonia.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Janela Indiscreta



Alfred Hitchcock. Um grande nome para um grande diretor. Conhecido por muitos como o "Mestre do Supense". Para mim Alfred é mais do que isso. Uma diferente história sobre algo tão comum. Uma vizinhança agitada. Com suas janelas sempre abertas. Um morador com uma perna quebrada. E sua visão sempre alerta. Vizinhos com suas vidas à mostra. Um morador com seu olhar às suas vidas. Começando com cortinas se abrindo. Terminando com elas se fechando. A vida dos moradores que é vista pela janela escancarada de cada casa. Gente dormindo na sacada. Gente tocando piano. Outros dançando. Enquanto James Stewart, sentando, observa tudo. Porém algo lhe chama mais a atenção. Um vizinho que, para o observador, parece ter matado a eposa. Seria isso verdade? A testemunha de um assassinato seria tal observador? Aí entra o suspense do filme. Grace Kelly e Thelma Ritter ajudam o homem da perna quebrada a tentar desvendar esse mistério. Conseguiriam? E tudo isso através de uma janela? Uma janela indiscreta?

domingo, 24 de maio de 2009

Mal do século (Safe)

Todd Haynes definitivamente me surpreendeu mais uma vez. Já tinha feito isso com "Não estou lá"(I´m not there), filme sobre o ícone do mundo folk, Bob Dylan. Nesse, ele dispõe de Julianne Moore pra encarnar em uma personagem doente. Não, não é uma doença comum. Tanto não é comum que eu nem sei seu nome e nem sei se há alguma nomeação pra tal enfermidade. Uma doença psicológica. O filme começa com a cópula da protagonista doente e seu marido. Ali já se vê uma diferença entre o humor de uma pessoa sã e outra doente. Carol demonstra uma tristeza em todo o ato sexual. Há uma cena em que ela dirige seu carro por uma rua movimentada e começa a tossir. É uma tosse tão forte e incessante que ela entra em uma garagem, pára o carro, abre a porta e continua a tossir. Ela procura um médico. Diz estar estressada e bastante cansada. Este diz que ela não tem nenhuma doença. Seu marido também concorda. Ela resolve ir pra uma "clínica natural". Uma espécie de clínica no campo. Pois acha que sua doença se relaciona à poluição da cidade. Lá, todos são doentes. E suas doenças são bastante parecidas, ou até mesmo iguais. Ali, ela descobre o campo. A natureza. Sua doença teria cura por uma simples mudança de moradia? Esse tratamento ajudaria ela a superar a tal enfermidade?

sábado, 23 de maio de 2009

O último tango em Paris



Bernardo Bertolucci. Um nome que ficará marcado na minha memória pra sempre. Marlon Brando. Outro nome que estará marcado na minha mente. O último tango em Paris. Um nome que nunca irei esquecer. Há dias que tentava assistir essa obra-prima. Depois de uma longa persistência a recompensa foi conseguida. Pornográfico? Erótico? O que posso lhes dizer é que não há cenas de sexo explícito. Mas há sexo. Tirem suas conclusões ao assistirem o filme. Começando com um "Puta Merda" de Marlon. Contendo falas como: "Me formei na Universidade do Congo, estudava o sexo das baleias.". Seu improviso único. Mas o que mais me chamou a atenção foi o que para muitos também chamou. A cena em que a manteiga faz parte. Sim, uma manteiga. Dessas que você come todo dia, ou quase todo, no seu café da tarde ou da manhã. Não é margarina. É manteiga mesmo. Na cena em que aparece, ela não é usada como alimento. Mas sim como parte de um relacionamento sexual. Sim. A manteiga naquele lugar. Naquele lugar da mulher. Um apartamento. Uma manteiga. Dois corpos. Sem nomes. Um relacionamento puramente sexual. Improvisos na fala de Marlon. Dinamismo na fotografia de Bertolucci. Nudismo no corpo de Maria e Brando. Uma bunda pra fora no meio de um tango. E um final amargo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

XXY



Novamente um filme argentino e com tanta força quanto os outros aqui citados anteriormente. Lucia Puenzo escreveu e dirigiu essa obra-prima do cinema contemporâneo. E mais uma vez argentino. Mais uma vez sul-americano. E ainda tem mais, ele é gravado no Uruguai. Ainda mais perto de onde nasci e de onde sinto orgulho de ter nascido e morar. Não, não nasci aqui. Nasci em Jaguarão mesmo, fronteira com o Uruguai. Alex é uma menina hermafrodita. Ou um menino hermafrodita. E sofre por isso. O que é completamente normal. Ela vive isolada do mundo urbanizado com seus pais. Eles resolveram apostar nisso, pois acreditaram que assim ela poderia viver melhor. Longe do que seria sua tristeza maior. Porém, um casal de amigos de sua mãe, ou seja lá o que for, aparece pra passar uns dias na mesma casa dela. Esse casal tem um filho. Esse filho se envolve com Alex. O pai dele é médico. O pai de Alex não gosta de saber disso, pois acha que o casal vai ficar lá apenas pro médico fazer uma cirurgia em Alex. No envolvimento de Alex com Alvaro(o filho do casal visitante), acontece algo peculiar. Na hora do sexo entre os dois, quem toma a providência de usar o pênis é nada mais nada menos do que a "menina-menino". O pai da "moça" observa o momento da penetração de sua "filha". É algo único no cinema. Há também uma cena em que Alex toma banho e uma amiga sua chega para tomar também, na mais tranquila amizade, claro. Mas para a hermafrodita isso não é recíproco. Seu olhar nos mostra o fervor de quem quem possuir um corpo feminino também. E aí que vem seu outro lado. Seu lado masculino. Alex tem dois lados. Dois sexos. Várias dúvidas sobre o que gosta mesmo. Alvaro gosta dela. Ela é feroz como um homem e delicada como uma mulher em situações adversas. O modo como anda nos demonstra uma agressividade. Um modo diferente de andar. Alex é uma adolescente. Um adolescente. Um ser humano.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O que você faria? (El método)


Outro filme argentino, só que agora de outro diretor: Marcelo Piñeyro. De uma temática prazerosa, o longa me deixou ainda mais voltado ao que pode ser feito de obra-prima no cinema sul-americano, e principalmente argentino. Baseado em uma peça, o audiovisual fez valer bem a força da Sétima Arte. Ótimas atuações, ou melhor, encarnações. Roteiro adaptado excepcional. Ainda quero ver a peça, mesmo que não exista mais. Talvez quando eu for à Argentina. Fotografia impecável. Um aplauso pra cena de sexo no banheiro. E logo após, pra cena de masturbação de um dos jogadores. O que vi, mesmo não tendo assistido todo o filme, foi mais uma forma de mostrar que a Argentina não é só tango e Mercedes Sosa. É Fito Páez também, e muito mais. Com um final arrebatador, após analisar cruamente a mente dos jogadores, o filme encerra me deixando um gosto de cinema vitorioso. Um gosto de cinema novo. E bem vivo. Tão vivo quanto o cinema em toda o sul da América. O Brasil também é prova disso.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O guardião (El custodio)



Rodrigo Moreno provou, nesse filme argentino, a força do cinema sul-americano. Assim como tenho visto em tantos filmes brasileiros. Alguns podem achar que o cinema nacional possui resquícios da pornografia que se via crua no passado. Se baseam em preconceitos. O que vejo no Brasil quanto ao assunto "cinema", é cada vez mais satisfatório. É muito fácil dizer o que um filme tem de péssimo quando o mesmo é realista. Isso tudo porque a realiadade é assim. Nesse longa argentino, podemos notar que há uma evolução no modo de fazer cinema na América do Sul. Quem não sabe que ele é argentino pode até achar que é espanhol. Por simples preconceito. É normal, eu sei. Eu diria que essa película latino-americana, assim como tantas outras desse século que tenho visto, são como um soco na boca de quem sempre criticou-as. Porém, ainda me deparo com pessoas dizendo que filmes brasileiros são igual à pornochanchada. Isso já passou. A época desses filmes já passou. É como querer dizer que hoje em dia a Jovem Guarda é igual à música brasileira. A única resposta a dar a essas pessoas é: Olhem os filmes brasileiros atuais. Os filmes latino-americanos atuais. Os sul-americanos atuais. A pornochanchada acabou. É fato.

terça-feira, 19 de maio de 2009

4:30

Royston Tan fez o que eu chamo de "estaticismo" cinematográfico. Lida muito com a câmera parada em quase todas as cenas, raras as exceções. Um filme de Singapura. O longa trata da vida de dois irmãos. É o menor que aparece mais. Sendo mostrada sua vida na
aula também. Em uma aula, o professor lhe manda mostrar um desenho sobre sonhos que pedira pros alunos fazerem, e logo tem uma supresa. O desenho era nada mais nada menos do que uma pintura abstrata acizentada. Seu professor perguntou o que era aquilo. Ele disse que não sonhava. Interessante também é a cena em que o irmão menor, esse mesmo da aula, corta os cigarros de seu irmão maior, recorta a cara deste, e cola a mesma no rosto de um fumante em que aparece na carteira. Tudo isso sem trilha nenhuma. A trilha aparece em algumas raras ocasiões. E quando apareceu pra mim, foi essencial. Em uma outra aula, uma professora pede pra Xiao Wu, o irmão menor de Jung, colocar o que ele lia encima da mesa pra ela ver. Xiao não coloca. Ainda lembro das frases ditas pela professora: "Put it on the table". Só poderia ser uma aula de inglês. O livro era um diário. E nele, Wu colocava pentelhos de seu irmão, fotos dele além de desenhos. Com um final dramático, porém seco, assim como todo o longa, abre-se um leque de idéias sobre o que de fato o filme pode querer trazer. Pra mim é simplesmente um filme que gostei, tanto na idéia de como foi montado, como em seu todo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Uma juventude como nenhuma outra


Um filme israelense que trata da mulher em um papel típico pro homem. O serviço militar. A diferença do assunto tratado já me demonstrou o que poderia ser o longa e como ele poderia ser. Meu preconceito acertou novamente. De forma positiva.
"As diretoras Dalia Hager e Vidi Bilu decidiram retratar a história das mulheres no exército de Israel, já que muitas produções falavam apenas das experiências masculinas. O objetivo da dupla era fazer um filme com sentido político. O longa ganhou o prêmio C.I.C.A.E. no Festival de Berlim. " Fonte tirada do site telecine.

domingo, 17 de maio de 2009

Drugstore Cowboy



Gus Van Sant em 1989 já fazia filmes destruidores. A prova disso é Drugstore Cowboy, com o cara ali da foto chamado Matt Dillon e a moça vistosa chamada Kelly Lynch. Não, não é filha do David Lynch. Bom, o filme trata da juventude transviada da década de 70. Algo tão novo? Não se não olhares o filme. Matt Dillon é tão importante no longa que logo no começo, aparece: "Matt Dillon in "Drugstore Cowboy", logo depois vem o nome dos outros atores. Além disso, ele narra a história. Baseado em um livro autobiográfico de um ex-presidiário que roubava farmácias, Drugstore Cowboy é um típico filme de Sant. Só não tem cena gay... pra variar um pouco.

sábado, 16 de maio de 2009

Curta Brasileiro: Balada das duas mocinhas de Botafogo


Uma curta narrado, sem diálogo, apenas gritos de uma das mocinhas em uma parte em que ela sonha. Ótimas atuações. Excelente trilha sonora. Um filme de 2006. Em menos de 14 minutos temos a veracidade de um curta-metragem em bitola. Um curta-metragem brasileiro. 35 mm.
Parabéns ao João Caetano e Fernando Valle pela direção. E pelo Vinicius de Moraes pelo poema no qual o filme é inspirado.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A mulher de Gilles


O nome do filme nos demonstra uma certa sinopse do que se trata o mesmo. A foto também nos deixa uma idéia do que o longa pode tratar. Porém, só assistindo o mesmo que podemos ter um conceito estabelecido de uma forma mais real. O papel da mulher de Gilles é tão menosprezado propositalmente, que só no filme saberemos que o nome dela é Elisa. Se colocássemos o nome dele de Elisa, não teria o mesmo efeito do que com "A mulher de Gilles". Ela vive pra ele. Essa é a intenção do nome. A intenção do longa. Retratar a vida de uma mulher que vive pra um homem que trai a mesma com sua irmã. Um homem que ama a sua irmã. Não, não é de "A outra" que estou falando. Aqui, Gilles não quer perder Elisa. E se arrepende de amar a irmã dela. Elisa, ou melhor, a mulher de Gilles, lhe ajuda a tentar esquecer sua irmã, o que este quer. Com um fim espetacular, a mulher de Gilles merece ser visto. E ainda mais, deve ser discutido. Grande Frédéric Fonteyne.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Olhe para os dois lados (Austrália)


Um acontecimento logo no início do filme liga todos do mesmo de alguma forma. Um acidente de trem. Testemunhado por uma mulher que voltava do enterro de seu pai. Este faleceu ao tentar dizer algo pra sua esposa. Sua filha viu, e vê o acidente. Seu vizinho é atropelado, ao tentar tirar seu cachorro dos trilhos. Por onde ela vai, enxerga a morte. Ela vê que ele tropeça. A partir daí conhecemos várias pessoas, um fotógrafo que tem câncer de testículo, um jornalista que entrevista a testemunha, outro jornalista que coloca a foto errada da notícia no jornal na qual aparece a mulher do atropelado e não ele, a namorada do jornalista, a esposa do morto e o motorista do trem. O homem com câncer também enxerga a morte em tudo, mas quando conhece a testemunha do acidente isso não ocorre, com nenhum dos dois, é recíproco. Assim eles transam e na mesma noite o homem vai embora. Ele não quer se envolver com ninguém porque está doente. Porém todo o filme se modifica no final. O que me lembra muito "Magnólia". Mas não pensem que esse tem chuva de sapos. Parabéns à diretora Sarah Watt.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Alejandro Iñárritu: Amores Brutos

O último postado aqui, porém o primeiro da trilogia do Alejandro que inclui 21 gramas e Babel. Não é à toa que Cannes tenha aberto as portas pro longa. São duas horas e meia de extrema emoção. Gael Garcia Bernal foi posto à mostra pro cinema mundial com esse filme. Amores Perros (assim como é chamado no México, país de origem) tem todo o toque chamativo de Iñárritu, tanto no movimento das câmeras quanto na fotografia. A trilha sonora revela a extrema latinidade com a qual o filme é feito. Ele demonstra o que o nome já nos deixa sabendo. Brutos amores, que veio pra mudar o modo de fazer cinema em nos anos 2000.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Igual a Tudo na Vida



Woody Allen me fez rir aos montes com esse longa. Quem vê a foto pensa que se trata de um filmezinho romântico e com umas pitadas de humor. Porém, ao ver o filme vemos que de romance não tem quase nada, mas de humor, tudo. As ironias me deixaram rindo durante cada minuto de exibição. Jason Biggs me faz rir só da sua expressão. Não poderia ter sido diferente em "Igual a tudo na vida".

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Stoned

Os últimos anos da vida de Brian Jones (ex guitarrista e fundador dos Rolling Stones). Seu comportamento excêntrico. Sua vida bastante agitada. Suas manias e ideais. Num só filme. Começando pela sua morte. Na piscina de sua casa. Algo que é esclarecido no final do longa. Sua saída da banda, suas várias transas, suas roupas exageradas são só um complemento pra uma vida cheia de experiências. Stephen Woolley fez um belo filme. Só pra lembrar a todos, uma novidade: ele não morreu de overdose.

domingo, 10 de maio de 2009

Em nome de Deus (Reino Unido / Irlanda)



O diretor Peter Mullan conseguiu fazer um drama de fato. Um drama cruel. Um drama comovente. E lhes digo até que posso lhe chamar de um drama dramático, mesmo que lhes pareça um tanto quanto redundante. Ótimas atrizes, que mais se assemelham a encarnações. Eu que, pelo menos de acordo com a minha memória, nunca tinha visto um filme irlandês, fiquei chocado com esse. É muito real. A realidade quando transcende os limites de filmar e atuar torna-se mágica e tentadora. Não precisam sairem lágrimas da tua cara pra veres que o filme é bom quando assistes um drama. O que sentes é interno, independentemente de tornares isso externo. Mullan, você é o cara.

sábado, 9 de maio de 2009

Maria Cheia de Graça


A simples frase embaixo do nome do filme na foto diz tudo. "Baseada em milhares de histórias reais". Acima de tudo, um filme sobre uma mulher. Uma guerreira talvez. Uma sofrida mulher. Alguém que pode nos chocar só com o olhar. Um simples nome: Maria. O cheia de graça vem como ironia em pacote gratuito. O filme não tem graça. Apenas drama. Exatamente o que se quer mostrar. Esse de fato é um gênero no qual podemos rotulá-lo. Porém, a graça de Maria está no seu interior. Maria está Cheia de Graça no seu íntimo. Mesmo não sorrindo. Ela tem graça. E o filme se desenrola ao redor dela. A vida de Maria que pode ser a de tantas outras Marias do mundo. Cheias de graça, assim como ela. Viva Joshua Marston pela direção! E Catalina Sandino Moreno pela atuação! Que mais pareceu uma encarnação Cheia de Graça em Maria.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Flores Partidas



Jim Jarmusch fez um filme tão diferente que nem sabemos quando é comédia e quando é drama. Há partes em que se pode rir e chorar ao mesmo tempo, junto com "Don", o protagonista do longa, a partir do momento que ele recebe uma carta sem identificação. Nessa carta, está o futuro do filme, toda extensa caminhada desse homem que deixa pra trás flores em cada casa que passa. As casas? De suas antigas namoradas. A carta? Talvez de uma delas, ou quem sabe, nenhuma. O conteúdo da carta? Algo como: "Você me deixou grávida e agora o nosso filho tem 19 anos. E mais uma coisa, ele foi te procurar. "

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Nascidos em 68 (Nés en 68)



Olivier Ducastel e Jacques Martineau construíram uma obra-prima cinematográfica. Um filme francês para poucos fazerem. Um filme hippie, comunista, ativista, liberto... com cenas em que a liberdade amorosa chega ao seu ápice como sexo entre gays, beijos lésbicos e poligamia. Ou cenas em que o violão não pára de ser ouvido junto com a cantoria de todos do grupo que se muda pro campo. Uma vida comunitária pra fugir do terror francês da época. Porém, o que parecia ser uma comunidade vira do avesso com o decorrer do tempo. Chegando a um final metafórico ao fim da URSS. Não pensem que o filme é "Paz e amor".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fogueira (Israel)



Joseph Cedar conseguiu mostrar a força do cinema israelense. Um história familiar, dramática. Um interessante modo de fazer um bom filme. Ainda lembro da primeira cena que vi, quando a mãe de uma das jovens da foto chega no quarto da mesma e quebra o vidro da porta, a partir dali imaginei que o filme não era ruim, e o meu preconceito tava certo. Cedar conseguiu nos passar uma situação comum dentro de famílias, e que no seu longa foi bem tratada. O nome do filme me remete não só ao culto deles de acender fogueira como uma metáfora à vida dessa família.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Hotel Ruanda (2004)


Terry George fez um bem à humanidade ao dirigir esse grande filme. Alguns podem não saber o que se passou em Ruanda na época em que o longa se passa, mas somente antes de lhe assistirem. E na verdade nem assim saberão de fato o que se passou. É impossível saber de verdade sem ter vivido a guerra. O filme nos dá uma idéia simples sobre um hotel que abriga os refugiados. Com o número de ocupantes maior do que o suportado. É sempre revoltante ver uma situação dessas, por isso que o filme é ótimo. Eles nos dá uma idéia de revolta, consegue passar isso. Don Cheadle está de parabéns pela excelente autação como o gerente do hotel e protagonista.

sábado, 2 de maio de 2009

Não se mova (Itália)


Sergio Castellitto está parabenizado. Uma envolvente história na vida de Timoteo, interpretado pelo próprio diretor. O filme transita entre sua vida atual e o que era antes. Na atual ele se encontra em um hospital onde sua filha está internada. No passado há vários acontecimentos, e dentre eles está um amor por Italia (isso mesmo, sem acento), interpretada por Penélope Cruz. Italia é uma moça neurótica, segundo o que vemos com o passar do longa. Ela engravida dele, e o que acontece depois só verás se assistires. Grandes atuações. Viva a Itália!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Meu amor de verão (Reino Unido)



Hipnotizador! Sublime! Viva Pawlikowski! Viva o Reino Unido! Uma ótima história! Nos deixando imóveis no fim com tamanha surpresa, o filme é uma grande obra. Quebra regras e nos mostra surpreendentes personagens. Parabéns a Nathalie Press e Emily Blunt pelas personagens lésbicas. Um aplauso pra cena final, nos deixando surpresos.