terça-feira, 23 de junho de 2009

O arco

Kim Ki-Duk. Apenas uma palavra para denifir tal diretor sul-coreano: genial. Ainda lembro da magnífica trilha soando em meus ouvidos, fazendo com que minha mente larguasse tudo, e me dando uma vontade de subir no barco do velho ou senhor(como desejarem) que cria uma menina há 10 anos lá mesmo. Tal homem, sonha que quando a moça completar 17 anos, os dois irão se casar. Agora vocês me perguntam: "E os pais da menina?", "Onde se encontram?", "Como ela foi parar lá?", "Onde já se viu, uma menina ser alienada do mundo que não é o barco?", "O que tal velho tem na cabeça?". Não há como responder. Um filme é bom quando perguntas ficam sem respostas às vezes. A moça poderia representar a personificação da alienação. O velho poderia representar o instrumento que sufoca a menina. Algum pai que pretende superproteger sua filha, e o mundo lá fora, a sociedade lá fora como está não se torna cabível pra vida dela. Se Freud estivesse vivo, certamente arranjaria alguma explicação pra tal situação, e seria interessante saber seu ponto de vista sobre um longa atual e diferenciado, que por vezes esporádicas deixa o entendimento à vista de todos. Todos que chegam perto da menina, acabam quase cravados por uma flecha, que sai de um arco pelas mãos do velho superprotetor. Os pescadores que alugam o barco, acham que tal idoso é um lunático. Este, "responde perguntas por meio de flechadas", de um modo nada convencional. A menina para um balanço preso no próprio barco, e o seu criador atira flechas na parede atrás dela. Mantendo sua precisão, o velho nunca acerta na menina, pois isso acabaria com a sua própria vida, e esse não é objetivo quando se quer prever o futuro, porém algumas vezes é o que se encontra. São 3 flechas disparadas na parede. Após isso, a moça pega cada uma delas e avisa qual a resposta para o arqueiro, através do cochicho. Este, por sua vez, também responde cochichando ao questionador. Em um dia, a menina se "apaixona" ou se encanta por um moço que chega no barco. O velho percebe isso, e mesmo jogando flechas literais ou figuradas contra tal intruso, vê que deve casar com ela antes do tempo. Assim acelera o calendário: "arranca meses" e "pula dias". Em um dado momento, o moço diz que vai embora com a menina, pois acha que ela deve conhecer o mundo além daquele barco. O velho aceita abaladamente, e quando vê que sua futura esposa se vai, resolve pegar a corda que fica amarrada no barco em que ela está, e colocá-la no pescoço, com o obejtivo de se enforcar. O resto do filme vocês saberão, ao assistirem tal obra. O moço poderia representar a personificação da liberdade, ou o "primeiro andar" de cada ser humano. Freud poderia lhes dizer o que ele acha, se estivesse vivo. Há uma frase que finaliza tal longa, não sei de quem é, se faz parte de algum livro, só sei que me chamou a atenção. Minha memória perdeu uma palavra que vem após a palavra "arco" em tal citação, que é: " A força do som e de um arco. Quero viver assim até a morte."


Um comentário:

  1. Essas foram as melhores fezes(postagem) de todos os tempos na minha humilde opiniao(perdao por escrever sem 'til',meu teclado nao possui)
    Viva Kim Ki-Duk!Viva Renan-Master of Cinema!
    Pena que eu perdi essa obra prima,mas o blog me mostrou-a,obrigado Renan Ki-Duk!

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