segunda-feira, 27 de julho de 2009

Chico Fumaça


Amácio pela segunda vez aqui. Continuando a sequência de filmes em que tal mestre do humor cinematográfico brasileiro encarna com o seu modo único. Alguns poderiam dizer: "Mas Marlon Brando sabia improvisar". E quem disse que Amácio não sabia? Outros dirão " Al Pacino tem uma pinta de ator". E Mazzaropi não tinha? Alguns falarão sobre o humor seco de Allen, e esquecerão de que por trás dele existe a comédia brasileira, com o seu toque caipira, que só Amácio sabia dar. Enquanto Brando pedia manteiga, Amácio não pedia nada. Enquanto Al Pacino pedia o seu pó, Mazzaropi não pedia nada. E enquanto Allen pedia tetas gigantes, Mazza só pedia menos dinheiro. Sim, um típico pobre que não sabe o que fazer com o mesmo quando lhe ganha demasiadamente. Glauber Rocha já dizia : "O Brasil não é ópera, é umbanda!". Sabendo que a trilha de "Deus e o diabo na terra do sol" tem as mãos de Villa-Lobos. O que na verdade demonstra a nacionalidade de algum lugar, é a filmagem naquele lugar e um roteiro com gírias da região. Mas quem disse que isso é fundamental? Afinal, vivemos em uma globalização fulminante, e constamente comemos produtos norte-americanos,europeus,asiáticos, e excretamos os mesmos no nosso solo, o que depois é a válvula de escape de outros alimentos encontrados na terra. Vestimos o exterior, usamos o mesmo, assistimos o exterior, ouvimos o mesmo, e isso não quer dizer que teremos que virar um novo Policarpo Quaresma, e sair por aí falando Tupi Guarany, louvando a pátria acima de tudo e todos, pois nada é absolutamente nacional nos dias de hoje. Mazzaropi mostrava a nacionalidade, e isso deve ser louvado.

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