sexta-feira, 22 de maio de 2009

XXY



Novamente um filme argentino e com tanta força quanto os outros aqui citados anteriormente. Lucia Puenzo escreveu e dirigiu essa obra-prima do cinema contemporâneo. E mais uma vez argentino. Mais uma vez sul-americano. E ainda tem mais, ele é gravado no Uruguai. Ainda mais perto de onde nasci e de onde sinto orgulho de ter nascido e morar. Não, não nasci aqui. Nasci em Jaguarão mesmo, fronteira com o Uruguai. Alex é uma menina hermafrodita. Ou um menino hermafrodita. E sofre por isso. O que é completamente normal. Ela vive isolada do mundo urbanizado com seus pais. Eles resolveram apostar nisso, pois acreditaram que assim ela poderia viver melhor. Longe do que seria sua tristeza maior. Porém, um casal de amigos de sua mãe, ou seja lá o que for, aparece pra passar uns dias na mesma casa dela. Esse casal tem um filho. Esse filho se envolve com Alex. O pai dele é médico. O pai de Alex não gosta de saber disso, pois acha que o casal vai ficar lá apenas pro médico fazer uma cirurgia em Alex. No envolvimento de Alex com Alvaro(o filho do casal visitante), acontece algo peculiar. Na hora do sexo entre os dois, quem toma a providência de usar o pênis é nada mais nada menos do que a "menina-menino". O pai da "moça" observa o momento da penetração de sua "filha". É algo único no cinema. Há também uma cena em que Alex toma banho e uma amiga sua chega para tomar também, na mais tranquila amizade, claro. Mas para a hermafrodita isso não é recíproco. Seu olhar nos mostra o fervor de quem quem possuir um corpo feminino também. E aí que vem seu outro lado. Seu lado masculino. Alex tem dois lados. Dois sexos. Várias dúvidas sobre o que gosta mesmo. Alvaro gosta dela. Ela é feroz como um homem e delicada como uma mulher em situações adversas. O modo como anda nos demonstra uma agressividade. Um modo diferente de andar. Alex é uma adolescente. Um adolescente. Um ser humano.

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